Porque pela graça sois salvos,por meio da fé;e isto não vem de vós é dom de Deus.
A salvação do homem é vista
pelas religiões do mundo inteiro apenas de dois modos: o homem é salvo pelos
seus méritos ou pela graça de Deus. A salvação é um caminho aberto pelo homem
da terra ao céu ou é resultado do caminho que Deus abriu do céu à terra. O
homem constrói sua própria salvação pelo seu esforço ou recebe a salvação como
dádiva imerecida da graça divina. Não existe um caminho alternativo nem uma
conexão que funde esses dois caminhos. É impossível ser salvo ao mesmo tempo
pelas obras e pela graça; chegar ao céu pelo merecimento próprio e ao mesmo
tempo através de Cristo.
A soberana graça de Deus é o único meio pelo qual podemos ser salvos.
1. A graça de Deus é um favor concedido a
pecadores indignos.A soberana graça de Deus é o único meio pelo qual podemos ser salvos.
Deus não nos amou, escolheu, chamou e justificou por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. A causa da salvação não está no homem, mas em Deus; não está no mérito do homem, mas na graça de Deus, não está naquilo que fazemos para Deus, mas no que Deus fez por nós. Deus não nos amou porque éramos receptivos ao seu amor, mas amou-nos quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Deus nos escolheu não por causa da nossa fé, mas para a fé; Deus nos escolheu não porque éramos santos, mas para sermos santos; não porque praticávamos boas obras, mas para as boas obras; não porque éramos obedientes, mas para a obediência.
2. A graça de Deus é concedida não àqueles que se julgam merecedores, mas àqueles que reconhecem que são pecadores.
Aqueles que se aproximam de Deus com altivez, cheios de si mesmos, ostentando uma pretensa espiritualidade, considerando-se superiores e melhores do que os demais homens, são despedidos vazios. Porém, aqueles que batem no peito, cônscios de seus pecados, lamentam sua deplorável condição e se reconhecem indignos do amor de Deus, esses encontram perdão e justificação. A graça de Deus não é dada ao homem como um prêmio, é oferta imerecida; não é um troféu de honra ao mérito que o homem ostenta para a sua própria glória, mas um favor que recebe para que Deus seja glorificado.
3. A graça de Deus não é o resultado das obras, mas as obras são o resultado da graça.
Graça e obras estão em lados opostos. Não podem caminhar pela mesma trilha como a causa da salvação. Aqueles que se esforçam para alcançar a salvação pelas obras rejeitam a graça e aqueles que recebem a salvação pela graça não podem ter a pretensão de contribuir com Deus com suas obras. A salvação é totalmente pela graça, mediante a fé, independente das obras. As obras trazem glória para o homem; a graça exalta a Deus. A graça desemboca nas obras e as obras proclamam e atestam a graça. As obras são o fruto e a graça a raiz. As obras são a consequência e a graça a causa. As obras nascem da graça e a graça é refletida através das obras.
4. A graça de Deus é recebida pela fé e não por meio das obras.
A salvação que a graça traz em suas asas é recebida pela fé e não por meio das obras. Não somos aceitos diante de Deus pelas obras que fazemos para Deus, mas pela obra que Cristo fez por nós na cruz. A fé não é meritória, é dom de Deus. A fé é o instrumento mediante o qual tomamos posse da salvação pela graça. O apóstolo Paulo sintetiza este glorioso ensino, em sua carta aos Efésios: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.8-10).
Quando se lê: ‘pela graça sois salvos’, a graça não se restringe somente a ideia de ‘favor imerecido’ ou de ‘dom não merecido’, como muitos pensam, antes a graça refere-se à pessoa de Cristo: a graça de Deus revelada.
Como cristãos, sabemos que não merecíamos tão grandioso amor, porém, devemos ter em mente que foi do agrado de Deus nos amar mesmo que isto implicasse no sofrimento de Cristo ( Is 53:10 ). Deus enfatiza o seu amor pela humanidade ao entregar o seu Filho em resgate de muitos, porém, em momento algum ele lança em rosto o fato de os homens não merecerem o seu favor.
Podemos ter em mente que não merecemos tamanho dom, porém a ênfase do evangelho não está na falta de mérito do homem, antes tem por base as virtudes de Deus. O pseudo evangelho que lança em rosto a falta de mérito do homem é paupérrimo, diferente do evangelho que enfatiza as virtudes daquele que nos chamou.
Enfatizar a falta de mérito do homem para dimensionar a graça de Deus soa como se Ele tive dó da humanidade, diferente do que foi demonstrado na cruz: amor que tudo suporta.
O apóstolo Paulo sabia qual era a sua condição anterior à salvação em Cristo, porém, as vezes que ele faz referência à sua antiga condição, a ênfase estava no amor de Deus e, não na falta de mérito do homem: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” ( Rm 5:8 ); "Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal, mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna" ( 1Tm 1:15 -16).
Portanto, quando se lê acerca da graça de Deus, não é de bom tom enfatizar que se refere a um favor imerecido, como se Deus estivesse lançando em rosto a condição do homem, antes devemos demonstrar com quão grande amor Deus amou a humanidade ao nos conceder o evangelho, que é poder de Deus que faz dos homens filhos de Deus ( Jo 1:12 e Rm 1:16 ).
A salvação é dom porque Deus concedeu a abundância da graça a todos os homens sem distinção alguma ( Rm 5:17 ; Rm 10:12 ). Cristo é o dom de Deus porque ele foi derramado ricamente sobre os necessitados de espírito ( Tt 3:4 -7 ; Is 52:1 -3).
A questão de o homem não ter condições de conquistar a salvação por seus próprios méritos é secundária quando se aborda o dom de Deus. O motivo pelo qual Deus quis salvar os homens centra no seu grande amor e não na incapacidade do homem.
Deus abençoe vocês.
Missionária Jussara Torchio
Música: Amazing Grace (Maravilhosa Graça)
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